segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ao inacabado.

 Abaixo deixarei um conto ainda em construção. Como não sei quando vou terminá-lo, ou se vou, postarei assim mesmo:

"Felicidade!Felicidade egoísta, aparentemente. Mas que diabo! Agora eu tenho que ser condescendente? Ao inferno esse sentimento de egoísmo! Há quinze anos agüento a intransigência alheia, e para quê? Quando a felicidade transpõe nuvens densas de sofrimentos e incertezas eu tenho que me solidarizar?  Nada disso!
   Sentei-me num banco estranho, baixo, que incomoda meus joelhos, mas nem por isso procurei outro, estava cômodo ali, se aquele banco se personalizasse com certeza iria adorar a minha escolha. Ele se sentiria livre de dogmas! Pessoas altas também poderiam sentar-se nele! Que maravilha! Os seus colegas iriam olhar, com ciúmes, os mais aconchegantes desviariam o olhar e, provavelmente nem ligariam. Porém o ego deste banco recentemente feliz iria aumentar, até o momento em que eu realmente ficasse aperreado pela altura deste baixinho incômodo. Isto não demorou para acontecer, realizou-se mais rapidamente que esta divagação sem sentido lógico.
    A minha felicidade dissipou-se de modo tão simples e esperado que me senti perturbado, intrinsecamente. Gostaria de deixar meu corpo naquele banco e seguir, apenas para frente, sem cansar, sem reclamar, apenas observar e descobrir os motivos de mais um fracasso. Fiquei um mês dando de ombros, não ligando para outras pessoas, e agora preciso delas, necessito me deslumbrar com as suas insignificâncias, mas antes disso tenho que me livrar desse egocêntrismo. Mandei ao inferno durante um mês pessoas das quais seria vital um apoio, e amei durante este tempo uma pessoa abraçada por outros braços.
    Amanhã tudo voltará ao normal, Valéria me ligará, falará meias palavras imperceptíveis e eu concordarei encerrando o assunto.
    Besta cordial! É isso que sou!"


Feliz 2010
Pedro Barbosa Rudge Furtado

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Às, talvez infelizes, férias!

   Acho que comentei isso o ano inteiro, seja na faculdade ou em qualquer outro lugar: "Preciso de férias!". Sim, foi todo o ano mesmo, claro que no começo era apenas uma piadinha, que - como quase sempre acontece - não funcionou do modo esperado. De qualquer forma, essa frase deixou de ser um gracejo com o passar dos milhares de segundos e ao final do ano eu estava sendo sufocado pela minha pequena habilidade em lidar com o escasso tempo disposto para mim (pode ser que eu esteja exagerando). Pois bem, as esperadas férias finalmente chegaram e trouxeram junto o de sempre, não importando os planos que você tenha feito para elas: tédio.
   Tudo ao final do ano conspira para isso, pelo menos no meu caso. Desde o clima até a falta de pessoas razoavelmente animadas para fazer algo. Nem futebol jogado ou assistido existe mais, os programas esportivos estão em tão grande marasmo que não é difícil encontrar matérias inventadas por total falta de assunto, como: "Agora vamos ver como o Neymar está aproveitando as férias" ou "Richarlyson consegue ficar mais afeminado, o que, estranhamente, preocupa a diretoria do São Paulo". O meu único alento até agora está sendo o basquete, tanto assistindo a jogos da NBA quanto do Paulista Masculino. Porém é um alento passageiro, assim como a maioria dos outros, até agora não encontrados ou citados aqui. Sempre serão passageiros estes, por que o tédio não me dá sossego, ele tirou merecidas férias praticamente o ano inteiro, agora quer trabalhar um pouquinho.
   Este não é um texto com tom reclamativo, estou apenas verificando a repetição de fatos. Falam que persistir no erro é burrice, talvez eu realmente seja, por que as férias pra mim são vários desacertos dos quais nunca abrirei mão, provavelmente por orgulho e/ou desleixo. Acontece que, mais do que nunca, nesse ano eu realmente mereço a falta do que fazer. Não fiz demais, só não consigo lidar com o tempo, que às vezes é muito curto, outras é demasiado longo.